25.6.05
Um Ano de Crónicas
Faz hoje precisamente um ano que aqui comecei a colocar textos, numa espécie de actividade de cronista, nem sempre regular, mas com presença, ainda assim, frequente.
Nunca pretendi acompanhar as vicissitudes da vida política, há um ano com uma produção de episódios bastante mais intensa, com o final decepcionante do Barrosismo e a preparação da entrada em cena do desconcertante Santana, que, aliás, haveria de animar extraordinariamente a produção dos bloguistas portugueses. A alguns, pouco mais os animava, como agora se vê, passando até a achar bem e aconselhável o que antes lhes parecia mal ou até horrendo.
Sem desprezar a Política, que condiciona grande parte do nosso viver quotidiano, sempre procurei ampliar o horizonte e ver um pouco mais para além do imediatismo dos episódios algo rocambolescos do Santanismo.
Julgo que terei de perseverar neste caminho e não dar demasiada atenção ao Socratismo do momento, que, ao fim de 100 dias, já parece gasto e cansado, sem nada para oferecer, a não ser um discurso velho, repetitivo, de restrições orçamentais, reforçando a discussão de contabilistas em que se transformou a política portuguesa dos últimos 10 anos, sem nenhum progresso assinalável na economia nacional, apesar da alta recomendação de encartados especialistas que continuamente nos asseveravam a importância e a oportunidade das medidas apregoadas.
A falta de categoria dos ditos especialistas está mais do que demonstrada, visto que nada do que prometeram ou recomendaram surtiu efeito que se enxergasse. O seu único, mas não despiciendo mérito, consistiu em terem sabido dotar-se de sinecuras, prebendas e reformas de privilégio, completamente fora do alcance da esmagadora maioria dos seus concidadãos, de quem requerem o eterno consentimento, a pretexto da democraticidade dos processos pelos quais têm acedido à situação de verdadeiros sibaritas, porventura "compungidos" da desgraça que se abateu sobre todos os demais, caídos no papel de infelizes, na grotesca farsa que regiamente os anafados sibaritas vão regendo.
Até quando o povo eleitor continuará a dar cobertura a este autêntico regabofe político é coisa que ainda ninguém consegue adivinhar. Todavia, os sinais de enfado começam a notar-se com maior insistência e de nada adiantará invectivar os eleitores pela sua crescente decepção.
Veremos, de aqui para a frente, com que artes os nossos putativos altos responsáveis lograrão ultrapassar o clima de desconfiança já inequivocamente enraizado.
Termino esta curta crónica, em local público e ruidoso, com uma nota de esperança realista, que me leva a continuar a participar nesta alargada frente interventiva, que é esta blogosfera imensa, em que todos procuram deixar o seu testemunho dos acontecimentos, na esperança de tornar um pouco melhor que seja o país em que lhes foi dado nascer e que não tem culpa dos muitos filhos degenerados que o têm ultimamente corrompido.
Aos que por aqui têm passado e têm tido a paciência de ler as opiniões, os desabafos, as memórias e as crónicas do quotidiano que aqui tenho colocado, a minha gratidão, com a esperança de que não tenham perdido o seu tempo.
Se, ainda que involuntariamente, a alguém acaso ofendi ou melindrei, nas suas convicções ou na sua sensibilidade, aqui me penitencio dessa eventualidade, prometendo ser mais atento nesses aspectos em futuras intervenções, sobretudo, se de tais factos me derem conhecimento.
Por último, direi : "Alcança quem não cansa", pedindo licença ao grande Mestre Aquilino pelo uso da sua sentença favorita que, de muitos esquecida ou ignorada, aqui aproveito o ensejo para a divulgar, pelo seu próprio valor e pela grata memória do Mestre.
AV_Óbidos, 25 de Junho de 2005
Nunca pretendi acompanhar as vicissitudes da vida política, há um ano com uma produção de episódios bastante mais intensa, com o final decepcionante do Barrosismo e a preparação da entrada em cena do desconcertante Santana, que, aliás, haveria de animar extraordinariamente a produção dos bloguistas portugueses. A alguns, pouco mais os animava, como agora se vê, passando até a achar bem e aconselhável o que antes lhes parecia mal ou até horrendo.
Sem desprezar a Política, que condiciona grande parte do nosso viver quotidiano, sempre procurei ampliar o horizonte e ver um pouco mais para além do imediatismo dos episódios algo rocambolescos do Santanismo.
Julgo que terei de perseverar neste caminho e não dar demasiada atenção ao Socratismo do momento, que, ao fim de 100 dias, já parece gasto e cansado, sem nada para oferecer, a não ser um discurso velho, repetitivo, de restrições orçamentais, reforçando a discussão de contabilistas em que se transformou a política portuguesa dos últimos 10 anos, sem nenhum progresso assinalável na economia nacional, apesar da alta recomendação de encartados especialistas que continuamente nos asseveravam a importância e a oportunidade das medidas apregoadas.
A falta de categoria dos ditos especialistas está mais do que demonstrada, visto que nada do que prometeram ou recomendaram surtiu efeito que se enxergasse. O seu único, mas não despiciendo mérito, consistiu em terem sabido dotar-se de sinecuras, prebendas e reformas de privilégio, completamente fora do alcance da esmagadora maioria dos seus concidadãos, de quem requerem o eterno consentimento, a pretexto da democraticidade dos processos pelos quais têm acedido à situação de verdadeiros sibaritas, porventura "compungidos" da desgraça que se abateu sobre todos os demais, caídos no papel de infelizes, na grotesca farsa que regiamente os anafados sibaritas vão regendo.
Até quando o povo eleitor continuará a dar cobertura a este autêntico regabofe político é coisa que ainda ninguém consegue adivinhar. Todavia, os sinais de enfado começam a notar-se com maior insistência e de nada adiantará invectivar os eleitores pela sua crescente decepção.
Veremos, de aqui para a frente, com que artes os nossos putativos altos responsáveis lograrão ultrapassar o clima de desconfiança já inequivocamente enraizado.
Termino esta curta crónica, em local público e ruidoso, com uma nota de esperança realista, que me leva a continuar a participar nesta alargada frente interventiva, que é esta blogosfera imensa, em que todos procuram deixar o seu testemunho dos acontecimentos, na esperança de tornar um pouco melhor que seja o país em que lhes foi dado nascer e que não tem culpa dos muitos filhos degenerados que o têm ultimamente corrompido.
Aos que por aqui têm passado e têm tido a paciência de ler as opiniões, os desabafos, as memórias e as crónicas do quotidiano que aqui tenho colocado, a minha gratidão, com a esperança de que não tenham perdido o seu tempo.
Se, ainda que involuntariamente, a alguém acaso ofendi ou melindrei, nas suas convicções ou na sua sensibilidade, aqui me penitencio dessa eventualidade, prometendo ser mais atento nesses aspectos em futuras intervenções, sobretudo, se de tais factos me derem conhecimento.
Por último, direi : "Alcança quem não cansa", pedindo licença ao grande Mestre Aquilino pelo uso da sua sentença favorita que, de muitos esquecida ou ignorada, aqui aproveito o ensejo para a divulgar, pelo seu próprio valor e pela grata memória do Mestre.
AV_Óbidos, 25 de Junho de 2005